segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Tô com uma mania de alugar filmes, muitos filmes e ficar vendo sozinha, fumando um cigarro.. Sempre sozinha. Como um ritual. Eu me preparo, e o cigarro parece que me ajuda a me envolver. E não sei, mas todos os filmes que tenho visto sempre me trazem uma história de amor, e eu me pego chorando. Parece que to gostando dessa coisa de sofrer por amor. Ou de perceber que o amor é de fato triste, que ele não é triste só pra mim, e que não tem como amar sem doer. Porque dói. Dói mesmo. Tenho inveja de quem consegue amar sem sofrer, mas também tenho resistência a acreditar nesse tipo de amor. Tenho visto muitos filmes que colocam o amor e a morte frente a frente e me da um medo, não dá morte, porque eu acho que morrer é fácil, mas de não ter tempo de poder amar, e principalmente viver o amor. Sinto que a distância o mata aos poucos, e não poder viver esse amor é que dói. Hoje eu pensei que de repente a eminência da morte talvez fizesse eu viver esse amor, talvez ele viesse me ver, talvez esse amor seria dito sem pudor, porque tem essa coisa da urgência, de não poder perder tempo... mesmo que depois acabe com a morte, pelo menos se viveu. Talvez seria mais fácil, mesmo com a morte porque poderia ser vivido. Eu lembro que quando a minha mãe estava doente foi isso que aconteceu. Tudo foi falado, sentido, esclarecido, e com a morte veio uma paz, como se a morte fosse o final feliz, porque o que se precedeu foi o melhor que poderia ser vivido. Melhor do que todo o tempo que foi perdido uma vida inteira. Hoje guardo um amor sem tamanho dentro de mim, que só existe em mim, ele não vive... e é muita coisa pra ficar só aqui dentro. Não cabe. Ainda mais porque eu o cultivo, o alimento diariamente pra que ele não se perca, pra que ele não morra nunca. Como um mantra eu sou lembrada em acreditar na "fé no amor" diariamente por um bilhete que coloquei no meu quadro de recados. Porque se eu não lembrar, tenho medo que ele acabe, e não suportaria não sentir mais, porque mesmo doendo me motiva a viver mais um dia. Eu conheço o grande amor da minha vida. Só que a vida é que não deixa eu viver esse amor.